quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Nenhum de nós quer ser mais um


Osvaldo Jefferson da Silva
odlavsojeff@hotmail.com


Estranho. Difícil. Injusto. É nesse emaranhado de adjetivações que cada um de nós tenta definir e caracterizar o novo – seja um novo dia, um novo amigo, um novo amor, uma nova mudança – em especial, a mudança de ares, de cidade, de sonhos e objetivos. Sair de um lugar e começar nova vida em outro não é fácil para ninguém – pais, amigos, colegas de trabalho – todos sentem e sofrem com o “desmamar” da partida, mas quem muda, encara a difícil tarefa de abrir mão da comodidade ou frustração da vida passada para alçar voos maiores em busca de novas oportunidades.
Essas mudanças nem sempre têm data certa ou motivo certo, seja no início de ano – para um calouro que almeja a vida acadêmica; seja em busca de um novo emprego, de um novo amor, de um casamento ou para desligar-se de um desses. Vejo, dia após dia, muitas pessoas saírem de sua cidade natal, do conforto da casa dos pais, para prosseguir sua vida em outras cidades, sejam essas próximas ou mais distantes. Não importa os motivos, pois são particulares e alguns deles independem da própria vontade da pessoa que se muda, mas a tentativa e esperança de realização pessoal e/ou profissional são os elementos que influenciam nas decisões da escolha do destino.
No entanto, o maior desafio nós somente encontramos depois da mudança. Caminhar, muitas vezes sozinho, num terreno novo e pedregoso é solitário, frio e doloroso. Lógico que há alegria, há a euforia da chegada, o “se sentir diferente”- atrai, chama a atenção, tanto positivo como negativamente e nessa divergência de interesses que selecionamos bem/mal novos amigos, colegas e lugares para frequentar. Isso ocorre não por escolha, às vezes, pois deixamo-nos levar pelas oportunidades que vão surgindo e pelas pessoas que vão cruzando nosso caminho.
Mesmo assim, quando saímos do antigo lar, trazemos na mala além de roupas e acessórios pessoais muitos sonhos alguns fáceis de realizaram, alguns difíceis e muitos impossíveis. No entanto, nosso desejo é maior e temos que saber suportar as dificuldades dos famosos “três primeiros meses”, sem emprego, sem dinheiro, sem a roupa lavada e passada, sem a refeição quentinha e pronta na hora certa. É! tudo isso, torna-se um convite para o retorno, porém digo a todos que ficam: saibam receber, se for o caso, aqueles que partiram e voltaram... e procurem confiar e entender aqueles que se foram e mesmo na exaustão da busca de realização dos sonhos, não podem voltar.

No segundo caso, apoiar com um telefonema, uma mensagem, uma carta é a melhor forma de e se fazer presentes na vida dos amigos, desconhecidos e familiares. Estes simples gestos podem oferecer a força que muitas vezes insiste em se perder em meio a mudança, já que a única certeza de quem parti para uma cidade ou vida nova é um grande desejo de dizer na prática: nenhum de nós quer ser mais um na multidão, mas sim fazer com que a multidão nos aplauda, mesmo que sejamos apenas um...