domingo, 29 de novembro de 2009

RAZÕES OU OMISSÕES “CURSITIVAS”?


Osvaldo Jefferson – e-mail: odlavsojeff@hotmail.com
Professor, Turismólogo, Colunista


Aulas e provas. Vidas opostas. Aprendizagem ou notas? Em que se resume ou integra um curso de línguas ou outro curso que possua curto tempo de duração? Professores metódicos, afobados, loucos, sinceros, sorridentes, mal-humorado, compreensíveis e até o que a maioria diz “mal-amados”. Há “mestres” de todos os tipos, mas a única certeza... jamais agradarão todos com a mesma intensidade. Isso por quê? Gente... mexendo com gente. Como no dito popular “o santo não bateu” – isso é a justificativa para a falta de contato, mas se não conversar, permitir conhecer-se e conhecer os outros, o santo jamais baterá.. Indivíduos de distintos níveis sociais, escolares, faixas etárias, criações, valores religiosos e culturais. Assim... a sala de aula parece um “baú”, onde são guardadas muitas lembranças, sonhos, receios e desejos, mas este “arquivamento” é feito aula após aula, dia após dia, resultante de opiniões, erros, acertos, gafes, comentários agradáveis e desagradáveis. No entanto, todos são importantes, pois revelam parcialmente cada um de seus enunciadores. Opa! E aqueles que falam quase na durante a aula? Eles se revelam pelas ações, geralmente sutis e cabe a cada um dos colegas perceberem a sabedoria do seu silêncio como também notar a perspicácia dos falantes, pois a maioria dos “conversadores” que promovem vida nas aulas, norteiam as discussões, estimulam os professores e, apesar de algumas vezes estarem atrapalhando, são o que chamamos de - “mal necessário”. Necessário mesmo. Imagine uma sala de “alunos da TV”, que não tem dificuldades de aprendizagem, não tem dúvidas, estão sempre limpinhos, o cabelo... “intacto” e ainda são educados o tempo todo. Fala sério!!! Isso não dá “T” em nenhum professor. Pois bem. Caro leitor... a intenção maior desses letras dispersas no papel não é somente instigar em cada um dos alunos a necessidade de aprender e/ou aproveitar o tempo em sala de aula (disso, todos nós sabemos), mas sim, fazer com que percebamos quem são nossos colegas de sala, o que pensam, de que forma aprendem mais fácil, como um pode ajudar o outro. Poxa! Somos seres sociáveis. Que coletividade individual é essa? mesmo no fim do semestre, ninguém sabe o nome do outro? Absurdo ou não? é a realidade. Temos telefone de um ou dois “colegas”. E-mail para que?... nem sabemos o nome, quem dirá o endereço eletrônico. Ei! Psiu! Acorda! Amizade, companheirismo nunca é demais. Já parou para pensar... talvez até o amor da sua vida possa estar no mesmo espaço que Você. E vai deixar passar... por descaso, falta de interesse ou “burrice” mesmo. Saia dos limites da sua cadeira, seu “cantinho órfão”, partilhe e conheça seus colegas de sala. Aproveite o que estão aprendendo e estudem juntos. Desafiem a lei do egocentrismo e do narcisismo. Tenho certeza que para comentar sobre roupas, estilos, gostos ou “gafes” de alguém da sala, todos nós temos um tempinho ou um parecer, mas para perguntar como foi seu dia ou como posso te ajudar... pouquíssimas vezes vimos isso em sala ou fora dela. Então... “defeneste” seu orgulho próprio ou seu preconceito. Abra a mente e o coração e veja que ao seu redor. Há mais do que Você espera e seus colegas podem te oferecer mais do que precisa.Olha! Nesta ou em outra turma que você venha a conviver, sempre haverá alguém que não vai te esquecer e talvez “orará rezando” ou “rezará orando” pelo seu sucesso. Então, ajeite no seu baú um cantinho para ela, pois você já foi “arquivado” como uma boa lembrança e/ou uma pessoa simplesmente... inesquecível.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Cotejamentos poéticos: segredos paternos coralineanos e paivanianos



Osvaldo Jefferson da Silva – Professor, Turismólogo e Colunista
odlavsojeff@hotmail.com


Cora Coralina. Divina Paiva. Agosto. Qual seria a relação entre essas autoras e o oitavo mês do ano? Semelhanças? Há muitas. “Poetas”, leoninas, mulheres apaixonadas por Vila Boa que trazem em suas veias e artérias as águas históricas e literárias do Rio Vermelho. Duas vidas, muitos sonhos e realizações inesperadas – Cora, nascida no dia vinte de agosto de 1889, traduz em seus manuscritos os raios caustificantes dos dias quentes nos becos de Goiás. No ano de 1953, sessenta e quatro anos depois, aos cinco dias do mesmo mês, veio ao mundo - Divina Paiva. A partir daí, começa as ligações entre as autoras, além das particularidades de suas produções literárias que abordam temas como mulher, memória, elementos e manifestações da natureza como água, flores, temporais, vida e, em especial, a atenção as figuras geralmente excluídas e/ou marginalizadas pela sociedade vilbaoense como as lavadeiras do Rio Vermelho. Para muitos teóricos Coralina e Paiva não se filiaram a nenhuma corrente literária por apresentarem uma literatura genuinamente peculiar, traduzindo em versificações suas impressões sobre Vila Boa. Essas são capazes de trazer de volta o passado recente de Goiás e, em muitos casos, um futuro presente tendo sempre como espaço físico – a cidade, descrita por suas ruas estreitas e becos misteriosos. A poesia derramada por elas cria imagens esboçadas nos ritmos das serenatas e cantigas como Cora faz, por exemplo, em “Becos de Goiás” e “O Mandrião”, nesses a poeta revela o puro sentimentalismo realista de suas vivências pessoais na Casa Velha da Ponte e em Goiás. Diante disso, evidencio e integro mais uma vez o terceiro elemento norteador desses “rabiscos” de crítica literária - o mês de Agosto, citado logo no início do texto. Mês que se comemora o Dia dos Pais. Esse traz consigo lembranças sobre o relacionamento familiar, em especial, o paterno. Assim, ironicamente, há uma particularidade em duas obras: “Meu livro de cordel” – Cora e “A metáfora das águas” – Divina Paiva, ambos pertencentes à literatura goiana e, ainda, revelando mais uma semelhança e/ou coincidência entre essas “artesãs das palavras”. Coralina e Paiva apresentam em meio as suas produções poéticas dois textos (um de cada uma delas) com o mesmo título “Meu Pai”. Nesses a entidade paterna é homenageada com veneração e sutileza, sendo respectivamente, Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II e Alaor Pinto da Silva – homens, pais e referências do saber viver na vida das autoras. Cora descreve “Meu pai se foi.../Eu era tão pequena, mal nascida.", observamos nessas palavras a assumência da triste partida do pai quando ainda era criança e reforçada na segunda estrofe do poema com a repetição da mesma frase “Eu era tão pequena!...”. Divina, que pôde usufruir da presença paterna em sua vida, expõe “... meu pai continua a inventar a vida.../e a elaborar poesias”,mas também notamos pelo início do poema “Meu pai” em que mostra o pai e sua longa jornada desde quando era envolvido com a vida na roça, trecho que será apresentado logo à frente, além disso, nota-se também neste fragmento que o Senhor Alaor contribuiu significativamente na formação humana e literária de Paiva como amante da poesia. Cora na primeira estrofe do poema “Meu pai”, escrito in memoriam, apresenta seu pai como fora enterrado “Meu pai se foi com sua toga de juiz”, imagem essa que pode ser vista até os dias de hoje no Museu Casa de Cora Coralina, na Cidade de Goiás, pois na época do falecimento do Senhor Francisco tinha-se o hábito de fotografar os entes queridos em seu estado “pré-sepultado”. Além disso, a “Poeta” fornece pistas do seu sofrimento por não ter despedido de seu pai “Nada lhe dei nas mãos/Nem um beijo,/uma oração/um triste ai”. No entanto, este fato ocorreu, talvez, em virtude de sua pequenez e inocência quando seu pai se foi por ser ainda “mal-nascida”. Mesmo tendo estudado até a quarta série do Ensino Fundamental, Cora surpreende com suas construções enunciativas por meio do uso adequado (de acordo com a Gramática Normativa) da colocação pronominal antes dos verbos, em diversos casos de aplicabilidade da próclise, vejamos: pronomes indefinidos – “Nada lhe dei”, “Ninguém me predizia” e pronome relativo “na grande/falta que me fez meu pai”, o que demonstra que apesar de ter textos com palavras ou expressões tipicamente goianas, suas produções podem apresentar estruturas gramaticalmente corretas, mesmo se tratando de poemas e a famosa licença poética. Já no poema da Doutora Divina Paiva, também nomeado “Meu pai”, observamos que esse não foi arquitetado com divisão de estrofes, apesar de ser também um poema, optou-se a princípio pela enumeração de elementos da realidade da figura paterna pertencentes ao mesmo campo semântico “Largou as botinas/a foice/o machado/o martelo/ o arame/ e a cerca caiu...” isso ocorreu para descrever o afastamento de seu pai da prática rural que se efetivou no fragmento citado. Em seguida, Paiva trata de marca de passagem temporal para expor uma vertente mais íntima da sua relação com o pai “... meu pai, continua a inventar/A vida/assoviando pintassilgo/...feliz/entoando canções e criativas artes”, além disso, notamos nessas palavras sua admiração pelo pai e as elegantes construções poéticas usadas para descrevê-lo. Com efeito, observamos por meio das poetisas a grande proximidade e “revelação” dos seus possíveis segredos e vivências no ambiente familiar, pois não somente estes poemas, mas diversos outros destas e de outras obras ainda não citadas trazem à tona a sensibilidade e percepção coralineana e paivaniana intrínsecas a suas memórias. Demonstram ainda a inventividade emocionalizada das “damas vilaboenses” da criação poética que estão inseridas no panorama histórico-literário da Literatura Goiana.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Nenhum de nós quer ser mais um


Osvaldo Jefferson da Silva
odlavsojeff@hotmail.com


Estranho. Difícil. Injusto. É nesse emaranhado de adjetivações que cada um de nós tenta definir e caracterizar o novo – seja um novo dia, um novo amigo, um novo amor, uma nova mudança – em especial, a mudança de ares, de cidade, de sonhos e objetivos. Sair de um lugar e começar nova vida em outro não é fácil para ninguém – pais, amigos, colegas de trabalho – todos sentem e sofrem com o “desmamar” da partida, mas quem muda, encara a difícil tarefa de abrir mão da comodidade ou frustração da vida passada para alçar voos maiores em busca de novas oportunidades.
Essas mudanças nem sempre têm data certa ou motivo certo, seja no início de ano – para um calouro que almeja a vida acadêmica; seja em busca de um novo emprego, de um novo amor, de um casamento ou para desligar-se de um desses. Vejo, dia após dia, muitas pessoas saírem de sua cidade natal, do conforto da casa dos pais, para prosseguir sua vida em outras cidades, sejam essas próximas ou mais distantes. Não importa os motivos, pois são particulares e alguns deles independem da própria vontade da pessoa que se muda, mas a tentativa e esperança de realização pessoal e/ou profissional são os elementos que influenciam nas decisões da escolha do destino.
No entanto, o maior desafio nós somente encontramos depois da mudança. Caminhar, muitas vezes sozinho, num terreno novo e pedregoso é solitário, frio e doloroso. Lógico que há alegria, há a euforia da chegada, o “se sentir diferente”- atrai, chama a atenção, tanto positivo como negativamente e nessa divergência de interesses que selecionamos bem/mal novos amigos, colegas e lugares para frequentar. Isso ocorre não por escolha, às vezes, pois deixamo-nos levar pelas oportunidades que vão surgindo e pelas pessoas que vão cruzando nosso caminho.
Mesmo assim, quando saímos do antigo lar, trazemos na mala além de roupas e acessórios pessoais muitos sonhos alguns fáceis de realizaram, alguns difíceis e muitos impossíveis. No entanto, nosso desejo é maior e temos que saber suportar as dificuldades dos famosos “três primeiros meses”, sem emprego, sem dinheiro, sem a roupa lavada e passada, sem a refeição quentinha e pronta na hora certa. É! tudo isso, torna-se um convite para o retorno, porém digo a todos que ficam: saibam receber, se for o caso, aqueles que partiram e voltaram... e procurem confiar e entender aqueles que se foram e mesmo na exaustão da busca de realização dos sonhos, não podem voltar.

No segundo caso, apoiar com um telefonema, uma mensagem, uma carta é a melhor forma de e se fazer presentes na vida dos amigos, desconhecidos e familiares. Estes simples gestos podem oferecer a força que muitas vezes insiste em se perder em meio a mudança, já que a única certeza de quem parti para uma cidade ou vida nova é um grande desejo de dizer na prática: nenhum de nós quer ser mais um na multidão, mas sim fazer com que a multidão nos aplauda, mesmo que sejamos apenas um...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Coreografando entre pesos e medidas


Osvaldo Jefferson da Silva: odlavsojeff@hotmail.com
Professor, Turismólogo e Colunista do Jornal "O Vilaboense"

Tatiana Mendes. Personal Chef, Consultora Gastronômica e Professora Universitária – uma verdadeira coreógrafa das cozinhas, inovando sempre, com muita diversão, ao materializar suas criações gastronômicas entre pesos e medidas. Enfim, pequenos ou grandes espaços tornam-se palco para a elaboração de seus pratos.
Sempre bem-humorada, brinca com ingredientes, trazendo consigo além de conhecimentos gastronômicos, alguns linguísticos, advindos de seus estudos em culinária nacional e internacional. Dedica boa parte de suas criações gastronômicas ao público infantil, desmistificando a teoria popular de que lugar de criança é distante da cozinha, o oposto disso, pois a Chef Tati transformou o mundo das panelas num universo gastronômico infantil bem especial, criando pratos atraentes como mini-sanduíches, pizzas com expressões faciais, além de moldar verduras e legumes em formatos estelares.
Com sua experiência como bailarina clássica, durante suas aulas, observamos cada passo de sua coreografia gastronômica – movimentos sutis com as panelas, leves com os doces e harmônicos com os salgados. Na verdade, entre nós, seus amigos, sabemos o quanto é “destabanada” (este detalhe é só para os íntimos), mas isso não interfere na qualidade do seu trabalho.
Dos salgados aos doces, das crianças aos adultos, da gastronomia clássica francesa a petiscos de boteco. Versátil. Profissional. É assim que Tatiana Mendes agrada “gregos e troianos” com suas criações contemporâneas. Alimentos pouco apreciados pela maioria das pessoas como berinjela e pimentão, por meio de suas mãos, passam a ser sofisticados e atrativos aperitivos dignos dos banquetes dos templos helênicos. Ao degustar cada uma de suas criações entramos num estado de êxtase incrível, praticamente um “orgasmo” gastronômico, com sequências múltiplas a cada nova mordida.
“Livros de receitas não formam bons chefs, mas sim sensibilidade” foi com essas palavras que Tatiana definiu a arte da aprendizagem em gastronomia e acrescentou que os nossos sentidos são muito importantes na composição de um prato, mas, além disso, devemos cozinhar com amor. Diante dessa apreciação podemos compreender que “Cozinhar” consiste em transformar os rituais do servir e do alimentar-se em prazer, é como se entregar por inteiro a um novo amor.
Uma das atrações do seu discurso gastronômico é, com certeza, sua simpatia durante as suas aulas, principalmente quando faz uso dos diminutivos como bolinho, cozinhadinha e de aumentativos como fogãozão industrial. Sem esquecer do exagero de suas adjetivações como ultra-mega-power saborosa, bomba calórica. Além da utilização de expressões ousadas como “tocar o terror” na cozinha, “comer o universo”. Enquanto, a Chef compõe seus pratos entre seus alunos ouvem-se sussurros: Noooooossa!!! Adorooo!!! Delííícia!!! Que apetite... isso tudo descontrai o clima de suas oficinas, incluindo dentre os ingredientes de seus pratos muitas gargalhadas.
Esteja sempre alerta na cozinha!!! Antes, durante e depois do preparo de cada receita deve-se estar atento(a) a higienização do local de trabalho e dos produtos utilizados. É preciso ainda saber escolher bem os ingredientes no ato da compra, pois esses elementos são essenciais para garantir o sucesso de um prato, fazendo com que esse esteja esteticamente apresentável e saudável. Claro! Além de suculento.
Em suas oficinas a Chef Tati permite aos participantes interagir de forma teórica e prática, colocando a mão-na-massa, literalmente, como ocorreu nos dias 7 e 8 de maio, no Espaço Empreender, localizado no 3º piso do Shopping Flamboyant, na oficina “Petiscos de boteco”. Pratos como Bolinhos de bacalhau, Panelinha, Calango do cerrado (lagarto), Antepasto e Voul-na-vent, além da revelação do evento – os Chips de arroz selvagem.
Sensibilidade – esse é o segredo do sucesso gastronômico da Chef, agregando valor a sua ultra-mega-power-plus criatividade. Enrola, amassa, espera, cozinha, encanta, cheira e, finalmente, degusta. Cada uma dessas etapas é apreciada minuciosamente por todos os participantes de suas aulas e amigos que a aplaudem no seu palco particular – a cozinha. Desse modo, ela brinca de verdade, “coreografando” seus passos entre pesos e medidas.

Tatiana Mendes:
Consultora Gastronômica & Personal Chef,
Professora Universitária, Instrutora Gastronômica
Fone: +55 62 81550699
Msn: tati_mendes_@hotmail.com


O VILABOENSE. Capturado em 18 de ago. 2009. As[p]as avulsas do cotidiano. Online. Disponível em:
http://ovilaboense.blogspot.com/2009/07/coreografando-entre-pesos-e-medidas.html

Vinte quatro horas


OSVALDO JEFFERSONodlavsojeff@hotmail.com
Professor, Turismólogo, Colunista

Irônica a vida! Atualmente, vejo que as pessoas estão cansadas de ler teorias, notícias ruins em jornais e outros veículos midiáticos de massa, sendo assim, proponho aqui revelar um lado mais humano deste autor e da própria vida – um lado vivo que preferiu discutir coisas comuns como à sedução, o relacionamento a dois e a felicidade, sensações que afligem um grande número de pessoas.
No entanto, por que senti esta necessidade? Simplesmente, porque olhei ao meu redor e vi que os problemas do “órgão pulsante” são hoje os mais graves, alguns até incuráveis... e o remédio, na maioria das vezes, é outra oportunidade de amar alguém ou acreditar que se ama de novo. Para alguns leitores, aqueles que ainda não tiveram o primeiro amor, estas palavras não constituem roteiro ou manual de auto-ajuda, mas sim, a esperança de perceber que tudo tem seu tempo, sua hora e não adianta querer que o mundo gire a nosso favor, quando for o momento correto você perceberá, basta acreditar nele e na outra pessoa, pois o melhor momento é aquele em que as coisas acontecem.
Já aquelas pessoas que amaram ou mesmo gostaram demais de alguém e isso tudo acabou... ou nem começou, independentemente do motivo, não se sintam frustradas, abandonadas ou infelizes. Amem-se, este é o verbo reflexivo que precisa conjugado em sua vida, pois te pergunto: Quem são as pessoas atraentes no nosso dia a dia? São aquelas sorridentes, bonitas, simpáticas, inteligentes, bem-humoradas que mesmo solteiras ou sozinhas vão para rua, conversam com os amigos, distribuem sozinhos aos desconhecidos e ainda brincam com os inimigos. Isso te faz superior, ou seja, seu Ego agradece e as oportunidades aparecem. É gente! Encontramos sempre outra pessoa certa, isso tenho certeza que acontece, quando menos se espera e quando mais se precisa.
Contudo, com o passar do tempo descobrimos as dores e delícias de ser quem somos e amar quem amamos (ou achamos que amamos), mesmo que soframos, somos “tolos felizes”, pois sempre queremos tentar de novo. Na verdade, percebemos que nossa vida será uma eterna tentativa – uma maratona em busca da pessoa certa, no lugar, na hora certa e com interesses comuns, pois esse “acervo” de detalhes precisa ser harmônico, caso contrário, a história finaliza-se já no “Era uma vez...”.
Agora, quando os caminhos tendem a fluir, em comum acordo, a história tem início, meio... e o fim? Ninguém quer saber. Queremos estar juntos. Pronto e ponto(.). Com o tempo... Ah! Meus Deus, a convivência transforma, o sentimento dos envolvidos numa relação, em amor ou acomodação? Cada par saberá o que é na medida em que a ordem cronológica do relógio de pulso passar.
Sempre acreditei que a indagação “Você tem 24h pra mudar a minha vida?” fosse fictícia – jargão de filme ou piadinha de novela. Entretanto, esse fato pode ocorrer. De repente, você acorda e na rua, on-line ou mesmo em casa surge alguém interessante. Paramos, analisamos e pensamos: É... vale a pena, ou melhor, vale arriscar a galinha inteira!!! Então, a mudança de vida em 24h é cinematográfica e, quando ocorre, percebemos que nossas impressões alteraram completamente e entendemos o real sentido das expressões populares “o que é seu está guardado” ou “toda tampa tem seu balaio”. Tudo bem!!! que umas tampas são tortas, outras têm furinhos, há ainda aquelas que não se encaixam tão bem, mas realmente se todos nós somos “balaios”, algum recurso de proteção tem que aparecer, mais cedo ou mais tarde, mesmo que seja um pano de prato ou uma telinha provisória.No entanto, é preciso compreender que a escolha de uma companhia, ou melhor, de uma tampa – é extremamente sutil e, concomitantemente, precisa, além de complexa, mas determinante quando queremos nos permitir – sentir a vida e lançar nossos sentimentos na direção correta ou no alvo ideal.
Aqui, não quero apenas materializar sonhos, nem inventar e/ou (re)inventar teorias românticas, mas quero dizer que todos nós podemos ser felizes com a vida e as peripécias que ela nos proporciona, quando somos atingidos pelo cupido. Surgi uma mistura de sensações psicológicas e físicas... Eita! hormônios!!!Aí, no jogo do amor, as regras são ditadas pelo curso natural que a vida ousou e/ou ousa em criar. Só nos resta entender os verbos pronominais do amor: quero... esperar-te, ver-te, buscar-te, gostar-te, ter-te, abraçar-te, beijar-te, amar-te... apaixonei-me, tornei-me um bobaste. Todavia, de apaixonado e louco, cada um temos um pouco, mas como o tempo de apaixonado e bobo, descobrimos que diferenças não existem entre um e outro.


O VILABOENSE. Capturado em 18 de ago. 2009. As[p]as avulsas do cotidiano. Online. Disponível em: http://ovilaboense.blogspot.com/2009/07/vinte-quatro-horas.html